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Bolsa família é paga para quem não precisa em Itabuna



Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) envolvendo 3.740 famílias suspeitas de irregularidades no cadastro do Programa Bolsa Família, em Itabuna, acabou detectando que muitas delas estão longe do perfil de pobreza exigido para que tenham direito ao benefício. Não ter renda mensal per capita acima de R$ 140 é uma das exigências. No entanto, a auditoria, que se encerrou no último dia 8, mas ainda não fechou a contabilização dos números, detectou famílias que possuem carro ou que moram em prédios ou casas com piscina.
Das 3.740 famílias auditadas, muitas já tiveram o benefício cancelado por constatação de irregularidades, e outras, bloqueado.
Segundo o diretor de Combate à Pobreza, da Secretaria de Assistência Social da Prefeitura, Márcio Abreu, desse total, apenas 700 compareceram à sede do programa, e um bom número delas teve o benéfico confirmado. Todas têm até 31 de outubro para regularizar a situação.
Quem mentiu e recebeu o benefício sem precisar dele vai ser processado e terá que devolver o que recebeu.
A lista levantada pelo TCU para o batimento dos dados dos beneficiários se baseou em informações da Previdência Social, do Sisab (para óbitos), da Renavan (para checar se têm carro) do Tribunal Superior Eleitoral, (para saber se têm algum parente que é político) e na falta de documentos, como CPF e título de eleitor.
Perfil - Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Itabuna teria 19.100 famílias vivendo em extrema pobreza, mas a Prefeitura cadastrou 20.635, que estão recebendo o Bolsa Família. Márcio Abreu reconhece que existem muitas famílias que estão fora do perfil, e as auditorias estão sendo realizadas para depurar o cadastro e poder atender àquelas que realmente precisam do benefício e ainda não o recebem.
A Prefeitura estima que existam no município 6 mil famílias nessas condições, que  aos poucos vão ocupar as vagas abertas, inclusive por outra auditoria, que o próprio município iniciou há dois dias e pretende encerrar em dezembro, visitando 7 mil famílias residentes em bairros mais próximos do centro. Nesses locais, Márcio suspeita que pode haver o maior número das irregularidades já  comprovadas.
 
Fonte: A Tarde

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