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PSD pode ser extinto e planeja fusão com PSB caso perca ação no TSE

O assunto é tratado como tabu e tem deixado muitos quadros políticos do PSD de orelha em pé. A possibilidade de não conseguir ampliar o tempo de TV e o acesso ao Fundo Partidário pode esvaziar a legenda.

De acordo com o apurado com a Folha de São Paulo, a sigla quer receber os benefícios na mesma proporção dos votos dados em 2010 à sua bancada atual na Câmara - na ocasião, os deputados integravam outras legendas.

O pedido está sendo analisado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por lá, dois ministros votaram a favor da solicitação e um contra. Houve um pedido de vista e julgamento não tem prazo para ser retomado. Faltam quatro votos.

A Folha apurou que o secretário-geral do PSD, Saulo Queiroz, aposta na vitória no Justiça, mas defende a fusão em caso de revés.

"Se o partido não tiver tempo de TV, temos que nos reunir rapidamente. Não se pode descartar hipótese de fusão com o PSB. É um jeito de tentar sobreviver", afirma.

Queiroz lembra que a união com o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, estava na origem do PSD, mas não avançou. Segundo o dirigente, as duas siglas têm "parceria extremamente gratificante".

CÁLCULOS
 
Se o TSE der vitória ao PSD, que tem hoje a quarta maior bancada da Câmara, a sigla receberá cerca de R$ 1,6 milhão por mês e terá bom espaço na propaganda eleitoral na TV, uma das principais moedas usadas na hora da negociação de alianças.

Se perder, ficará com R$ 18,5 mil mensais e tempo de TV de nanico.

Queiroz diz que a eventual derrota criará "enorme insegurança" aos filiados, que ficariam pouco competitivos nas eleições de 2014.

Um dos dois senadores do PSD, Sérgio Petecão (AC) disse que ficará "totalmente fragilizado" em seu plano de trocar apoio a um candidato a prefeito por aliança para disputar o governado do Estado em 2014. "Eu fico sem nada para oferecer", admitiu.

Por isso, Queiroz projeta uma fusão como arma contra a debandada. "Muita gente no partido defende isso."

O líder do PSD na Câmara, Guilherme Campos (SP), diz "não defender nem atacar" a ideia. Ele elogia o PSB, mas reclama que Queiroz estaria "agoniado" e afirma que quem se filiou à sigla sabia da chance de derrota no TSE.

Em caso de vitória, o partido quer lançar mais candidaturas próprias em capitais. Hoje, a única aposta séria é Cesar Souza Júnior, em Florianópolis. Com mais tempo e dinheiro, crescem as chances em Goiânia, Natal, Campo Grande e Cuiabá.

Outra expectativa é garantir mais vagas de vice, sobretudo em São Paulo, onde a sigla apoia José Serra (PSDB).
 
BN

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