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Suspensão Corporal: euclidense utiliza a técnica e entra para a história da cidade

Um ano. Esse foi o tempo em que o jovem euclidense Rogee Müller, 21 anos, se preparou e pesquisou para transcender o estado de dor e realizar a sua primeira suspensão corporal e, de certo, uma das primeiras da região (se não a primeira). O fato aconteceu no fim de tarde do último sábado, 02 de maio, na Serra da Santa Cruz, em Euclides da Cunha.
Ao observarem as fotos muitas pessoas poderão sentir de imediato uma sensação estranha de perplexidade, espanto ou sei lá o quê. Como pode? Por que fazer isso? Essas perguntas se apresentarão de forma frequente e intrigará muitas pessoas por muito tempo a partir de agora.
A suspensão corporal é feita por pessoas que acreditam que a dor extrema as leva a um nível espiritual elevado, como uma grande meditação. A prática consiste em perfurar partes do corpo (com o auxílio de agulhas) e introduzir ganchos que transpassam a parte da pele, especificamente a derme, que é responsável pela resistência e elasticidade da mesma. Esses ganchos são presos em cabos de aço, que posteriormente são esticados, suspendendo a pessoa.
Essa prática inusitada é mais comum do que imaginamos e ocorre com maior frequência nas grandes cidades brasileiras e em todo o mundo. Originalmente um ritual de hindus e de índios americanos (utilizados como ritual de passagem), foi retomada na década de 60, nos EUA, por Fakir Musafar, integrante do grupo Modern Primitives, como parte da pesquisa e difusão de intervenções corporais (Vale & Juno, 1989). Atualmente ela é praticada por milhares de pessoas no mundo todo e está intrincada na cultura da modificação corporal ou cultura mod, com piercings, tatuagens, implantes, brandings, etc.
Quando perguntado sobre o que o levou a fazer a suspensão ele respondeu: “Eu vi em um documentário no History Chanel de pessoas que desenvolviam a modalidade e foi a partir desse documentário chamado de “Mestres da dor”, que foi despertada essa vontade, principalmente ao perceber que a expressão dos praticantes era de prazer, como se estivesse num outro estado de espírito. Uma semana depois de assistir o vídeo fiz uma tatuagem na região da costela (local no qual muitos dizem ser uma região muito dolorida), e por incrível que pareça gostei da dor”, contou Rogge.
Continuou: “Conversei com pessoas da área pela internet e fui estudando cada vez mais sobre o assunto. Para iniciar eu fiz uma perfuração na região do antebraço e coloquei alguns pesos no gancho há pouco mais de dois meses. Depois disso, continuei me comunicando com profissionais que trabalham com essa atividade e assistir a inúmeros vídeos do grupo paulista de suspensão corporal “Diabos Mutantes”, onde tive minha maior inspiração”, relatou.
Apesar da suspensão normalmente ser realizada por profissionais capacitados, vale ressaltar, não há nada que impeça pessoas que desejem desenvolver a técnica de livre e espontânea vontade, como foi o caso do euclidense, desde que tenham conhecimento sobre o assunto, e já tenham sido colocadas à prova de dor em outras situações.
Um misto de tensão e atenção tomou conta das seis pessoas que acompanharam todo o processo, atingindo um nível de tranquilidade maior ao perceber que o suspenso, nesse caso Rogge, estava totalmente relaxado.
A possibilidade de falha não foi descartada em momento algum, e, por esse motivo, não foram convidadas muitas pessoas para assistirem a suspensão. Todos os cuidados básicos foram tomados como esterilização do material; os locais de perfuração foram devidamente marcados de acordo com as suas pesquisas; o suporte para a suspensão foi construído pelo próprio, já que é um profissional da área (torneiro mecânico), e possui larga experiência em medidas, soldas, etc; assim como toda a sua preparação espiritual. 
“No momento em que comecei a sair do chão, até o último instante, pensei que não fosse suportar. Quando não senti mais os dedos dos pés tocarem o solo, por alguns segundos tive a sensação de que fosse apagar. Depois desse momento relaxei e comecei a não mais sentir dor e curtir o momento. Era um sonho que estava sendo realizado. Muitos retratarão isso como loucura, mas esse era o meu sonho”, disse.  
Por aproximadamente 25 minutos, Rogge Müller ficou suspenso e ainda teve tempo de conversar e realizar algumas explicações sobre esse método de modificação corporal, relatando um pouco da história dos rituais de passagem de tribos indígenas, onde os mesmos eram obrigados a fazer a suspensão corporal, e os preconceitos que poderá sofrer a partir de agora por conta do seu feito. Pra finalizar, é bom salientar que não é qualquer pessoa que pode realizar tal atividade. Isso exige uma série de conhecimentos sobre o seu corpo e o seu potencial de lidar com dor extrema, e principalmente, sobre o assunto.
Euclides em Foco  

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